quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

VOCÊ ESTÁ NO COMANDO

- Sempre fico muito preocupada em emagrecer e, quando não consigo, fico frustrada! - Não há nada de errado em seu corpo. Sua frustração advém do pensamento criado em sua mente - veja bem, estou falando que SEU PENSAMENTO GERA A FRUSTRAÇÃO E NÃO O SEU CORPO GERA FRUSTRAÇÃO. Uma vez que você foi “seduzida” pelos pensamentos de outras pessoas que são convictas do corpo escultural como o “melhor” e “desejável” (inconsciente coletivo), você se tornou prisioneira dessa idéia. Saiba que nossa mente, criada por nós (nosso EGO), é insaciável. Você pode, sem problemas, emagrecer, visando o corpo ideal, mas, em pouco tempo, sua mente irá achar outro “defeito” em seu corpo que trará insatisfação e, novamente, você irá se sentir frustrada. Digo isso, porque nosso EGO necessita, SEMPRE, se engrandecer, seja buscando insatisfações ou bem-estar. Então, quem possui um corpo físico “desejável” e pensa: magro é bonito e sobrepeso é feio, esta, também, se identificando com seu próprio EGO. Mesmo inconscientemente, essas pessoas sentem bem-estar (passageiro) por estarem no “padrão” e, como um ciclo vicioso, o EGO sempre irá querer se engrandecer, cultivando tal idéia (magro é bonito e sobrepeso é feio) e até buscando outras satisfações exteriores que geram bem-estar (nunca se satisfaz). Segundo conceitos milenares de mestres espirituais, como Buda, Osho, Dalai Lama, Jesus; cientistas quânticos; ramos da psicologia, nosso EGO impede que a alegria, paz e satisfação, que já existem dentro de nós, apareçam. Então, sua satisfação e alegria estão no seu Ser, no seu interior, e não no seu físico. Não busque fora o que está aí dentro! Concentre-se no que está sentindo, nesse momento, sem pensar em nada. Sinta, profundamente, o máximo que conseguir. Sua essência é essa, não o que está pensando. Viva no momento presente e evite pensamentos no futuro tais como: preciso ficar magra, as pessoas vão sempre me achar feia. O seu EGO não sobrevive ao momento presente, então fique no Agora e evite a atuação do EGO que gera pensamentos desagradáveis. Não se pode incluir, no entanto, as pessoas que possuem fatores de risco ou comorbidades (problemas de saúde) consequentes da obesidade. Elas devem seguir orientações médicas, inclusive perder peso, se necessário. A atividade física é indicada para todos independente da estética. Siga o exemplo das pessoas que estão fora do padrão físico, imposto pela sociedade, e satisfeitas com sigo mesmas. Mantenha-se sempre em silencio mental. (Alice Antunes. Médica)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

QUANTAS MULHERES VOCÊ DESTRUIU HOJE?

Na útima quinta feira eu progamei de sair para dançar. Há tempos eu não fazia isso, queria dançar para mim mesmo, me divertir com meu corpo como não faço há tempos. Para dançar gostoso, eu só preciso me soltar e cair nos braços de um cavalheiro bem macio. A roupa? Eu estou pouco me fu... Quero conforto, calça de malha, top, tênis, um antiflamatório, nenhuma firula feminina vai me tirar aquela perspectiva prazeirosa da dança. Blusa? Uma soltinha, na altura do umbigo, CURTA e TRANSPARENTE. POSSO? Parece que não. Antes de ir para o baile, passei no shopping com uma amiga. Uma voltinha de 5 minutos e eu reparei que por onde eu passava, todo mundo olhava pra mim. “Eu não visto 36, sobrevivam”. Em todos esses olhares, os dos homens são aqueles condescendentes. Eles olharam, admirando ou não, mas não me senti agredida, ou ofendida. Eram olhares neutros. As mulheres, por sua vez, me fulminavam. Estavam todas incomodadas com minha roupa, ou incomodadas com minha coragem de usá-la, ou então incomodadas com a falta de coragem delas. Aí eu me lembrei também da primeira foto de nudez parcial que eu coloquei no blog e facebook. A maioria das pessoas leram o texto, amaram, entenderam a mensagem e coerência entre foto e texto. Alguns poucos babacas me chamaram no imbox e escreveram algo do tipo “huuuuuuum delícia”, foram imediatamente deletados (eu não sou obrigada). Por fim, as MULHERES que me falaram, “vai ficar posando pelada agora?”, “desnecessário né?”. Não, não é desnecessário. Posso? O facebook é meu, o corpo é meu, as regras são minhas (“My body, my rules”. SlutWalk). Eu não visto 36, sobrevivam. Como uma boa gorda, eu deveria me cobrir completamente, com tecido preto, porque emagrece. Eu poderia também sair de circulação, ficar em casa comendo batata frita e coca cola, porque isso é o que eu faço. Mas não. Sabe aquele ditado, “os incomodados que se retirem”? Saibam. Eu fico. O incomodo com o corpo é tão absurdo, que as mulheres não percebem o quanto são cruéis umas com as outras. Diminuir uma pessoa, nada mais é que a forma de se sentir melhor consigo mesmo. “Eu tô mal, mas aquela ali tá pior”, “Como essa mulher tem coragem?”, “Mas ela é gorda”, “Ta ridícula”. Foi tudo que escutei com aqueles olhares. Sabe de uma coisa? Eu me sentia linda. Eu sou linda, e de brinde, ainda sou inteligente e divertida. É essa a minha opinião, que a propósito, é a única que importa. Mas, e se eu não me sentisse assim? Aqueles olhares me destruiriam, como destroem a maioria das mulheres. Portanto, PAREM. Cansei de insistir que vocês, mulheres, sejam menos cruéis consigo mesmas (e aqui eu também me coloco). Ideologias feministas à parte, quem me destrói é mulher. O que eu posso pedir é, não tentem destruir quem se sente melhor do que você se sente consigo mesma. Quer continuar essa vidinha medíocre, escravizada, complexidada, imaginariamente gorda, que não ri alto, que não goza, infeliz? Seu corpo, suas regras. Mas, por favor, não levem mais ninguém para o seu buraco. Te coloco a reflexão. Quantas mulheres você destruiu hoje? Não me falem da crueldade dos padrões, quando é você a maior culpada por sua perpetuação. Não me falem em respeito, se você não respeita nem a si mesmo. Não me fale de feminismo, quando você é a mais machista das mulheres. Não me fale de liberdade, se você é uma escrava da aparência. Eu não sou Tamanho Único. Um bride à nudez 46 e é assim que eu vou. Assistam ou troquem de canal. (Foto. Mariana Neto)

terça-feira, 18 de novembro de 2014

MAS....

Eu tinha uns 12 anos. Um menino que eu gostava pediu pra ficar comigo num aniversário em que iríamos. Meu primeiro beijo tinha hora pra acontecer! Eu tinha um vestido que gostava muito, e decidi que ia usá-lo. Quase na hora de sair, vesti a roupa e achei o decote profundo demais. Coloquei por baixo uma blusa de frio de gola rolê. Era março. Me escondi. Essa é a memória forte (e repetidas em inúmeras situações) da relação que tive com meu corpo durante tempo demais. Eu me escondia pra quem ninguém visse o que eu via. Gordinha. A maior do grupinho. Nunca obesa, nunca doente, nunca realmente um problema pra mais ninguém. Só pra mim. Eu não cabia, não pertencia, não merecia. Tinha lindas pernas e um belo bumbum, mas. MAS. Se você veio a esse blog, com certeza já desenvolveu a empatia pelo problema. Eu não preciso comover a sua alma com mais nenhum relato triste. E, para nossa felicidade, esse não é um texto de pura catarse. É de fatos. E de como a nossa mente pode se tornar a nossa melhor amiga. Eu quis ser magra, várias vezes. Nunca achei que valeria a pena tomar remédios para emagrecer, ou fazer cirurgias - sou medrosa com essas coisas. Tentei um pouco melhorar a imagem que eu via no espelho, até perceber que o problema não era a imagem, era a visão. Vinte anos depois daquela gola rolê, eu não me escondo mais. Aos poucos fui aceitando que tinha qualidades, e que era feminina, e que podia até caber em uma categoria distorcida de bonita - já que a categoria oficial vigente é a que se estampa na capa da revista. Foi o começo. Confesso que um programa de tv contribuiu. TV americana, série (meio fútil) sobre como usar as melhores roupas pro seu corpo. E percebi que eu podia me apresentar muito bonita, chamativa, elegante, mesmo com o corpo que eu tinha (e tenho). E isso, pra usar um verbo bem feminista, me EMPODEROU. Eu ainda era (sou) gordinha, MAS. Reverter esse "mas" é a glória do ano de 2014. Me aceitar bonita e desejável como sou foi a coisa mais gostosa que eu fiz nos últimos anos. Ainda existe fragilidade e algum medo da opinião alheia. Esse medo não me paralisa mais. Repita comigo: a opinião positiva dos outros é só um eco da sua própria verdade, e a negativa é... bem... só uma opinião de uma pessoa nesse mundo de gente. E foi então que veio o impensável. Primeiro, nos treinos que eu fazia em uma praça, com um personal. - Sim, eu faço exercícios, mas desde o início deixei claro que tenho objetivos que não têm nada a ver com estética (ela é só um brinde). - Vinha fazendo calor demais e eu decidi que não ia me sufocar debaixo de uma blusa só pra tampar a barriga. Se não gostassem do que vissem, virassem o olhar, mas eu fui treinar de top e calça. E ninguém morreu por isso. Não satisfeita, resolvi enfiar a experiência num outro mundo dos meus melindres: a dança de salão. Fui ao forró com uma blusinha curta, solta, e uma calça jeans. Fiquei a noite inteira preocupada (e meu fisioterapeuta agradece, porque o tempo inteiro murchando barriga é tudo o que minha coluna precisa pra voltar ao lugar), mas vi olhares lascivos que concordavam com a minha opinião. E, no ato supremo, fui à festa a fantasia numa roupa de dança do ventre. Superexposta num ninho de vaidades. Esse foi o exercício mais difícil, o medo maior. Contei a alguns amigos a intenção, só pra garantir que alguém me daria força se eu começasse a pensar em desistir. E fui. De vermelho. Nenhuma opinião contrária à minha foi expressa. Ninguém ousou dizer que eu era atrevida por exibir uma barriga que não era um tanquinho, ou um corpo com mais de 30% de gordura corporal. Eu credito isso ao fato de estar me sentindo poderosa, globalmente. As pessoas devem ter visto que aquilo, aquela barriga branca exposta, era só um detalhe no conjunto maravilhoso da obra que eu sou como ser humano, mulher, livre e feliz. E tudo isso é muito lindo, mas ainda não é a cereja do bolo. O que me fez merecer o convite para escrever aqui foi o próximo passo. Estava decidido que, em todos os lugares que me importam, eu posso ficar de barriga de fora. Então, que se danem os lugares que não importam. E é assim que eu, duas vezes por semana nesse tempo de chuva, vou com o meu top, a minha calça e a minha barriga de fora, ao templo do culto ao corpo: a academia. Nem as magrelas, nem as saradas. Roupas justas, sim. Shorts curtos, talvez. Ninguém expõe a pele naquele ambiente. Só eu. E se alguém acha ruim, é só uma opinião. Pai, afasta de mim essa gola rolê. (Adriana Rodrigues)

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

E QUEM ESCOLHE SER MAGRO?

Eu vou falar uma coisa pra vocês sobre ser gorda e sobre emagrecer que tá há muito tempo engasgado na minha garganta: Talvez alguém escolha ser gorda, aceite ser gorda e se sinta linda gorda (porque somos mesmo), mas NINGUÉM, PRESTEM BEM ATENÇÃO: NINGUÉM escolhe emagrecer. Eu como feminista, que estava bem com meu corpo há muitos quilos atrás e inclusive com a minha saúde, eu nunca escolhi emagrecer, foram vocês que escolheram por mim, desde criança quando a professora da escola dizia que eu tinha que comer menos no recreio porque se não nenhum menino ia gostar de mim, quando aquela parente que eu não via há muito tempo comentava: ''nossa, seu rosto é tão lindo'', quando aquela amiga da minha mãe dizia pra eu emagrecer pra arranjar um namoradinho (porque mulheres vivem só pra isso), quando aquele menino ficou com a gorda e disse pros amigos que era porque tava bêbado, quando naquela novela a gorda é ridicularizada o tempo todo, quando o banco do ônibus não cabe a gente, ou quando a sociedade usa a carteirada de uma vida saudável por traz da sua gordofobia, mas e se eu mostrasse meu exames e dissesse que tava tudo OK?? Eu não estou fazendo uma apologia ao sedentarismo, ou a falta de saúde mas as pessoas devem poder escolher, nem todo gordo é doente, nem todo magro é saudável e afinal, desde quando vocês se preocupam tanto com a saúde alheia?? Porque a minha amiga bem magrinha, que comia frituras e doces diariamente e tinha colesterol alto, nunca ouviu ninguém falar que ela precisava se cuidar, que precisava cuidar da saúde. Emagrecer não foi uma escolha minha, e ás vezes eu me sinto culpada por isso, as vezes acho que isso pode fazer de mim menos feminista, mas daí eu lembro que foi a sociedade que me empurrou pra aquela mesa de cirurgia. Quanto mais eu ouvia: ''nossa, você tá engordando, não faz isso, você é tão legal, seu rosto é tão bonito'', adivinhem: mais eu engordava. Ainda que uma gorda seja saudável, feliz, empoderada...vocês sempre arranjaram um jeito de em algum momento importuná-la com sua gordofobia. Por fim eu queria dizer que é horrível emagrecer e ver como as pessoas te olham diferente, como te acham mais legais, como aquela pessoa que você sempre foi afim e nunca olhou na sua cara te manda mensagens te chamando pra sair, é horrível ver que o seu corpo vale mais do que você, vale mais do quê sua vida, vale mais do quê sua felicidade. Eu ainda estou longe da magreza, e estou bem assim, não me encham o saco e por favor parem de enfiar seus dedos nas gargantas de nossas mulheres pra que elas se encaixem nos padrões escrotos de vocês. (Bárbara Quadros)

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A CULPA É SEMPRE MINHA... SÓ QUE NÃO

VAMOS FALAR DE SEXO? Antes de tudo, preciso esclarecer o que é sexo para mim. Eu falo de troca, intimidade, prazer e diversão para todos os envolvidos. Nisso eu elimino enredos pornográficos que as pessoas insistem em representar, como o esteriótipo "mulher depósito de porra". Explicado isso, seguimos... Um belo dia fui a uma palestra para mulheres, sobre o florescimento feminino, maturidade e etc, etc. No hall de entrada conheci uma mulher que também estava ministrando palestras pela cidade. O tema era algo sobre “sexo no casamento”. Ela me disse que ajudava mulheres a se soltarem, a se descobrirem, a ter prazer mesmo depois de 20 anos de casadas. Nessa palestra ela ficava nua, como forma de tratar o corpo na maior das naturalidades – ela é obesa mórbida. Aplaudi de pé. Até aí tudo bem. Mas de repente ela me solta, “eu ensino as mulheres a fazerem um boquete de 1 hora e meia”. Oi? Minha resposta cerebral foi, “e quem ensina a eles fazer 20 minutos?”. Eu preciso discorrer aqui sobre o taaaanto que os homens são arrogantes em tudo que diz respeito a mulher? Eu preciso dizer que 90% deles tem convicção de que fazem e acontecem na cama? Mas isso é culpa de quem? Sempre minha. Sou eu a atriz pornô que finge que goza, em inglês. O dia em que eu enjoar de interpretar, é porquê fui acometida por frigidez crônica? Só que não. É tédio mesmo, porquê você é ruim de cama, "homem", "macho alfa". Poxa mulherada. Poxa vida. Deixa ele se acabar em dar prazer a você, ele não faz mais que a obrigação. A parte dele está garantida, ele vai gozar. Ele tem que te chupar mesmo, muuuuito, com cabelo ou sem cabelo, ou então ele que compre uma boneca inflável. E mais, você tem seu tempo, demora, mais pode vir múltiplas vezes. Faltou alguém para te dizer que “é assim mesmo”? Estou aqui para isso. É assim mesmo. A gente não é homem e não é atriz pornô. Delicie-se. Leve o tempo que precisar. Você tem o único órgão do corpo humano que é feito só para dar prazer. O clitóris - absoluto. Se o parceiro não curtir, olhe para ele com aquela cara de tédio e diga, “Nossa. Mudou a minha vida, agora morre”. Dito isso, decidimos que não vamos fingir mais, né? Ou depois não reclame da arrogância do macho. Continuando minha conversa com a moça da palestra para mulheres casadas... Eu viro e digo para ela assim, “as mulheres mineiras são muito retraídas, até mesmo por nossa criação que ainda tem um ar interiorano, tradicional”, “para elas deve ser complicado essa parte de ficar nua e lidar com isso, com naturalidade”. Aí a palestrante me responde, “por isso fica essa mulherada tomando chifre, e sem saber porquê”. Aí eu infartei, convulsionei, desmaiei, morri 3 vezes e não lembro de mais nada. É. A culpa é minha mesmo.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Meu nome é Nanny

Me chamo Nayanny Ferreira, tenho 29 anos. Desde que eu me entendo por gente e que eu me lembre, sempre fui gordinha. Na minha infância era alvo de brincadeiras chatas porque sempre quis fazer bale e diziam o seguinte: “Não existe bailarina gorda”. Eu fui crescendo e os apelidos aumentavam, baleia, rolha de poço, tigibu, manequim da tropigás (empresa de gás no meu estado), e pancinha. Apelidos esses dados pelos meus tios e tias. Conforme fui crescendo a paixão pela dança foi aumentando, sempre assistindo vídeos, vendo filmes e assim por diante. Nunca tive coragem de fazer aulas de dança, porque sou extremamente tímida e ficava com medo de ser alvo de chacota e brincadeiras pesadas(o que não deixou de acontecer). Por meados de 2012, mais exatamente na festa de 50 anos da minha mãe, meu namorado na época, terminou comigo. Como eu não sou de esconder o que sinto, não consegui esconder o que estava se passando. Fiquei mal, a ansiedade foi lá pra cima e o peso que tinha perdido (16 kg) voltou. Os problemas que tinha começaram a se agravar e foi ai que tomei a maior coragem do mundo e entrei numa escola de dança, pra fazer aulas de zouk, fui conhecendo pessoas e sempre ouvindo, se você emagrecer vai dançar melhor, se você fizer dieta seu desempenho vai melhorar...e mais um monte de bla bla bla . A mais ou menos uns 3 meses descobri que estou com um problema no pé esquerdo (tendinose, bursite) o que me impossibilitou de dançar, resultado de um excesso de peso. Tive que fazer uma escolha entre continuar com o mesmo peso e parar de dançar, ou emagrecer e continuar a fazer o que mais amo. Através do zouk tive oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas, como meus atuais professores e amigos Patty e Bruno, meu amor, parceiro de dança e na vida Rafael... Hoje continuo sofrendo com apelidos pesados e sendo chamada de gorda, feia... Mais a dança e algumas pessoas me fizeram conhecer um lado meu que até então não conhecia. Hoje sei que tenho que perder 18 kg por motivos de saúde, porem sei também que sou bonita do jeito que sou, gorda ou não e isso ninguém me tira.

domingo, 21 de setembro de 2014

Meu samba e minhas pernas





Vídeo de 2013. Quase 2 anos depois, e só agora tive coragem de postar. Motivo: Celulites e gordurinhas de joelho. Que meu complexo nunca mais atrapalhe minha dança.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

MULHER, VOCÊ NÃO SE ENXERGA?

Você se enxerga? De verdade, olhe para você. Você se enxerga MESMO? Qual é a primeira coisa que vê ao se olhar no espelho? É o tamanho da sua barriga, a quantidade de celulites, as estrias do peito, a flacidez do braço? Sério? É A ISSO QUE VOCÊ SE RESUME? Recentemente, encontrei uma moça bem bonita - para mim ela seria ainda mais linda se não alisasse tanto o cabelo, mas ok. Ela é magra, corpo torneado, pernas bonitas, seios medianos, barriga praticamente imperceptível. Ela me contou que ia fazer uma pequena abdomnoplastia e colocar silicone. Pra mim, tudo bem. Acho que é direito de todo mundo ficar “melhor”. Querendo ou não, estamos inseridos em um grupo e não estou aqui para julgar o que cada um faz para se enquadrar. E mais, não sou hipócrita para criticar uma pessoa que faz plástica. Eu mesmo já fiz uma e farei quantas mais eu julgar necessário. Reflexos da obesidade. Enfim. Até aí, tudo bem, mas a moça completou o diálogo dizendo, “a gente precisa se sentir bem né?”. E a expressão dela dizia o quanto ela se sente mal com o corpo. Eu só consegui sentir dó. MULHER, VOCÊ NÃO SE ENXERGA? Eu assumo que se enxergar é algo muito difícil. Eu mesma não me enxergava, até tirar minhas fotos “adeus, obesidade”. Depois do ensaio, eu praticamente surtei, falava para a fotógrafa – a linda Mariana Neto – “eu não tenho corAgem de expor isso”, “não acredito que meu namorado faz sexo com essa mulher”, “minha cabeça é muito pequena para o tamanho do meu corpo”. Era celulite demais, como eu não vejo em quase ninguém. Meu braço flácido se comprimia e parecia alargar meu tronco, dando uma sensação “patola” rsrsrs. Era impressionante como tudo parecia grande e única coisa pequena era a cabeça. Quando eu sentava a roupa embolava toda e ficava até complicado posar para a foto. Muito cruel. É impressionante como podemos ser cruéis com nós mesmos. Daí, eu me lembro do susto da fotógrafa com a minha reação. Uma pessoa que mal me conhecia já me achava mais linda do que eu jamais vou achar. Obrigada a ela, obrigada a todos que me fazem insistir na minha atual perspectiva... ME ENXERGAR COM OS OLHOS DO OUTRO. Mas esse “outro” não é qualquer pessoa. Tem os puxa sacos, os invejosos, os infelizes... esses devem ser ignorados. Os outros, dignos da sua confiança, já te mostraram isso. Não me pergunte como, mas você sabe quem são. Acredite neles, pegue as qualidades que lhe atribuem, ACEITE O ELOGIO E NÃO JUSTIFIQUE. Humildade não tem nada a ver com isso. Por isso, eu repito a pergunta: você se enxerga? Eu nem te conheço, mas a resposta é NÃO. Você não vê o que eu vejo em você. Você não vê o quanto você é linda, e eu falo da beleza importante, aquela que coloca sorriso no rosto e na alma. Você é linda de formas que nem pode imaginar. Aquela expressão “aos olhos de...” nunca fez tanto sentido para mim. Até eu ser totalmente capaz de viver bem “aos meus olhos”, de todos os angulos, serei linda “aos olhos de Mariana” e a tantos outros olhos muito mais sabidos que os meus. Izabela Tamanho Único é quem vos fala. Aquela que não se enxerga mas enxerga você. Assista ou troque de canal. Aos olhos de Mariana Neto

sábado, 13 de setembro de 2014

O problema é do tamanho que você o coloca

Hoje é dia de Ana. Hoje é dia de menina mulher, da moça de pé sujo, a primeira no meu blog, a primeira em diversas pegadinhas que a vida prega. Eu nunca achei que meu obstáculo fosse o maior. Logo, nunca achei que a minha vitória fosse a mais louvável. Conheça a história da Ana Flávia e não espere nem mais um minuto para fazer o que você quiser. Lembre-se, não há limites, apenas opiniões.
"Meu nome é Ana Flávia S. Araújo, tenho 35 anos, dei meus primeiro passos aos 5 anos de idade por problemas de saúde, meu corpo não acompanhava meu raciocínio, esse por sua vez sempre foi pragmático. Sempre fui apaixonada por dança, assistia filmes, concursos e sonhava em um dia poder dançar. Aos 8 anos quando já andava sozinha fui matriculada no balé na turminha de 4 anos e ainda era menor que as coleguinhas, sentia desconforto mas encarei com mto entusiasmo, pois iríamos fazer uma apresentação no final do ano em um teatro que não me lembro qual, 1 ano de ensaio e no decorrer desses ensaios o professor me mudava de posição ficava chateada, mas tentava entender que se eu ficasse mais atrás talvez no dia da apresentação ninguém notaria se caso eu errasse. Faltando uma semana pra apresentação o professor me chamou de forma mais carinhosa que de costume e me sugeriu que apresentássemos no ano que vem, porque teríamos mais tempo de ensaio e sairia melhor, mas ele se esqueceu que eu tinha o dobro da idade das meninas apesar de não parecer e entendi que eu não iria participar da apresentação porque não tinha coordenação motora e nem equilíbrio. Sai de lá certa de que nunca mais iria me atrever a dançar na vida. Desenvolvi vários complexos como: Timidez, vergonha, medo, baixo autoestima, mania de perseguição, antissocial etc e tal. Em 2008, conheci o zouk por intermédio de um conhecido que me levava nos bailes, eu ficava louca no meu cantinho vendo o povo dançar, achava lindo, morria de vontade, fiz algumas amizades dentre elas uma que virou amiga, parceira, nessas idas a bailes e de cantinho em cantinho às vezes até arriscava a dançar com algum conhecido. Até conhecer meu 1º e eterno professor Ricardo Espeschit, que pacientemente e com humor contagiante, respeitava minhas limitações e me iniciou no mundo da dança com os primeiros passos, me deixando de pé. Depois surgiram novos professores como Nayara Marcia e Isaac Lopez que foram polindo minha dança, também respeitando meus limites e explorando o que podiam aproveitar, esses eu nomeio como arquitetos do meu corpo e por último Izabela Miranda com seu olhar clínico e atencioso e seu exemplo, me ensinou além de passos que a dança é pra todo mundo, que não vai ser minhas coxas grossas, minha altura, meu pé pequeno demais pro meu tamanho, nem meu desequilíbrio emocional e corporal que irão me impedir de dançar. Aprendi com esses profissionais que a dança pode ser meu remédio para quando estou mais pra baixo é algo libertador, melhorei bastante em muitas coisas, principalmente na autoestima, a timidez ainda é um problema, porém em grau bem menor. A dança na minha vida hoje é algo esporádico, mas quando acontece o resultado é certo me faz sentir viva, feliz, mais bonita." (Ana Flávia Araújo)

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Olá pessoal. Buscamos auxilio para gravar nosso documentário. Conheça nossa ideia:

Eu sou Izabela Miranda, dançarina, professora de dança, obesa desde que me lembro, quando também comecei a dançar. Minha luta para sobreviver na dança é tão antiga quanto minha consciência.
Não. Nunca fui pequena, muito menos um Tamanho Único.

Acredito que, ainda que remotamente, todas as pessoas possam imaginar o que é ser uma pessoa obesa. Acredito também que a primeira ideia em mente é a de "não caber". Não caber em roupas, roleta de ônibus, bancos, balanço de parque... Mas é possível imaginara não caber em nada?
O que seria então um obeso dentro da dança? Não cabe... Pelo menos não sem briga.
E é dessa história curiosa que se trata o "Tamanho Único".

O roteiro traça a trajetória de alguém que se atreve a fazer parte de um mundo que nunca seria seu. A narrativa é extremamente divertida, mas com toda seriedade que o assunto requer.
O documentário não é mais um informativo institucional, “obesidade e saúde”. A abordagem é muito mais ampla, pois tratará dos problemas sociais ligados à doença, “obesidade e vida”, “obesidade e sonhos”.
A narrativa é composta de episódios cômicos ou dramáticos, dependendo de quem vive. São situações que grande número de pessoas se identificarão, mas que a sociedade do Tamanho Único jamais consideraria. Da criança que não cabe no balanço do parque, à dançarina que é sutilmente cortada da coreografia, porque o figurino é “Tamanho Único”.

O ápice da história ainda está em curso.
Aos 27 anos eu estava em um grande momento dançante, quando também parecia ser o fim da minha guerra contra obesidade. Eliminei 23kg em 6 anos.
Ironicamente, na mesma época, fui diagnosticada com sérios problemas na coluna, me causando dores crônicas que me obrigaram a diminuir as atividades, inclusive os trabalhos com dança.
Consequentemente, recuperei meus saudosos 23 kg em 1 ano e meio.
Em virtude disso, aos 28 anos, decidi me submeter ao mais drástico dos tratamentos de obesidade, a cirurgia bariátrica, popularmente conhecida como “redução de estômago”.
Menos peso, menos dores e mais dança, é o que espero da vida. Mas o desfecho da história ninguém sabe. A vida está por ser vivida.

Para a perfeita realização desse projeto, precisamos da sua contribuição. Não possuímos patrocínio, apenas pessoas muito malucas que abraçaram essa ideia comigo. São equipamentos, mão de obra, assessoria de imprensa, produção, fotografia, aff.....
PARA VOCÊ AMIGO, seria maravilhoso se pudesse doar qualquer quantia ao projeto. É um dos mais importantes da minha vida. Pode deixar que farei um agradecimento a todos nos nossos vídeos.
PARA SUA EMPRESA, podemos rodar sua marca em nosso documentário. Faremos a maior circulação possível com esse vídeo. Tentaremos participar de mostra, festivais e finalmente internet.

Prometo que presto conta da realização do projeto, detalhadamente.

Prometo postar as aventuras e desventuras dessa louca caminhada aki nesse portal.

Prometo postar as fotos que tenho feito desse processo de emagrecimento.

Prometo continuar feliz como sempre e fazer o melhor dessa história.

Com Cartão de Crédito:
Ou depositar aki: Nossos dados:
Izabela de Faria Miranda
Caixa Econômica Federal
Ag. 0086
Op. 013
CP. 97223-2

Fico aqui, sempre à disposição para dúvidas, elogios e críticas.

Sucesso para todos, não menos que sucesso.