quinta-feira, 21 de abril de 2016

Bela, recatada, "do lar"... uma escolha feminista

Há tempos eu tenho me incomodado com as avaliações deturpadas do Feminismo. Antes eu achava que muitas mulheres “queimavam o filme” do movimento e por isso tanta implicância social. Mas essa não é a verdade. Reparem que num mundão de notícias boas e pessoas lindas, o foco do jornalismo é a desgraça. Reparem nossas vidas. Todos os dias somos testemunhas de um belo ato de cidadania, solidariedade, amor, porém, insistimos na máxima “esse mundo tá perdido”. Podemos levar a reflexão para o Feminismo. O movimento é lindo, a luta é importantíssima, a esmagadora maioria das feministas (auto rotuladas) têm uma perfeita compreensão do que se trata essa luta. Porém, todo dia ouço críticas sobre os nossos “excessos”. Isso porquê “um” é manchete para notícia ruim. “Um” é o suficiente para ignorarmos uma multidão. O problema não são as feministas, muito menos o Feminismo. O problema é a sua interpretação de uma coletividade, partindo de uma individualidade. Isso é o que chamo de “argumento de exceção”. Fraco. A deixa do movimento “Bela, recatada, do lar” (adoro), denominações essas atribuídas à Marcela Temer, pela revista Veja, é o momento oportuno para, de uma vez por todas, esclarecermos as coisas por aqui. Para facilitar. Feminismo se resume a “igualdade de gênero” e “escolha de vida”. Nem mais, nem menos, IGUAIS... e quem escolhe o que é bom pra mim, sou eu. Nesse passo, A MARCELA PODE SER O QUE ELA QUISER, inclusive “bela, recatada, do lar”. Isso é uma escolha feminista. O FEMINISMO NÃO ESTÁ AQUI PARA CRITICAR AS ESCOLHAS DE UMA MULHER, ESTAMOS AQUI PARA DEFENDER O SEU DIREITO DE SER O QUE QUISER. Não odiamos mulheres que querem sem mães, casar, ficar em casa, ser submissas, se depilar, alisar o cabelo, promíscuas, recatadas. Definitivamente, NÃO ODIAMOS MULHERES. A crítica à revista se resume ao fato de que uma “manchete” desse tipo, denota o que ainda é uma propaganda de uma “boa mulher”. Não, não é nesse lugar que queremos estar. Não são os conceitos cristãos que nos definem. Não é essa mentalidade de opressão sexual que faz o nosso caráter. A Marcela pode ser bela, recatada e do lar. Eu, particularmente, sou fera, depravada, de viajar. I`am back... Foto: Mariana Netto