terça-feira, 14 de outubro de 2014

A CULPA É SEMPRE MINHA... SÓ QUE NÃO

VAMOS FALAR DE SEXO? Antes de tudo, preciso esclarecer o que é sexo para mim. Eu falo de troca, intimidade, prazer e diversão para todos os envolvidos. Nisso eu elimino enredos pornográficos que as pessoas insistem em representar, como o esteriótipo "mulher depósito de porra". Explicado isso, seguimos... Um belo dia fui a uma palestra para mulheres, sobre o florescimento feminino, maturidade e etc, etc. No hall de entrada conheci uma mulher que também estava ministrando palestras pela cidade. O tema era algo sobre “sexo no casamento”. Ela me disse que ajudava mulheres a se soltarem, a se descobrirem, a ter prazer mesmo depois de 20 anos de casadas. Nessa palestra ela ficava nua, como forma de tratar o corpo na maior das naturalidades – ela é obesa mórbida. Aplaudi de pé. Até aí tudo bem. Mas de repente ela me solta, “eu ensino as mulheres a fazerem um boquete de 1 hora e meia”. Oi? Minha resposta cerebral foi, “e quem ensina a eles fazer 20 minutos?”. Eu preciso discorrer aqui sobre o taaaanto que os homens são arrogantes em tudo que diz respeito a mulher? Eu preciso dizer que 90% deles tem convicção de que fazem e acontecem na cama? Mas isso é culpa de quem? Sempre minha. Sou eu a atriz pornô que finge que goza, em inglês. O dia em que eu enjoar de interpretar, é porquê fui acometida por frigidez crônica? Só que não. É tédio mesmo, porquê você é ruim de cama, "homem", "macho alfa". Poxa mulherada. Poxa vida. Deixa ele se acabar em dar prazer a você, ele não faz mais que a obrigação. A parte dele está garantida, ele vai gozar. Ele tem que te chupar mesmo, muuuuito, com cabelo ou sem cabelo, ou então ele que compre uma boneca inflável. E mais, você tem seu tempo, demora, mais pode vir múltiplas vezes. Faltou alguém para te dizer que “é assim mesmo”? Estou aqui para isso. É assim mesmo. A gente não é homem e não é atriz pornô. Delicie-se. Leve o tempo que precisar. Você tem o único órgão do corpo humano que é feito só para dar prazer. O clitóris - absoluto. Se o parceiro não curtir, olhe para ele com aquela cara de tédio e diga, “Nossa. Mudou a minha vida, agora morre”. Dito isso, decidimos que não vamos fingir mais, né? Ou depois não reclame da arrogância do macho. Continuando minha conversa com a moça da palestra para mulheres casadas... Eu viro e digo para ela assim, “as mulheres mineiras são muito retraídas, até mesmo por nossa criação que ainda tem um ar interiorano, tradicional”, “para elas deve ser complicado essa parte de ficar nua e lidar com isso, com naturalidade”. Aí a palestrante me responde, “por isso fica essa mulherada tomando chifre, e sem saber porquê”. Aí eu infartei, convulsionei, desmaiei, morri 3 vezes e não lembro de mais nada. É. A culpa é minha mesmo.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Meu nome é Nanny

Me chamo Nayanny Ferreira, tenho 29 anos. Desde que eu me entendo por gente e que eu me lembre, sempre fui gordinha. Na minha infância era alvo de brincadeiras chatas porque sempre quis fazer bale e diziam o seguinte: “Não existe bailarina gorda”. Eu fui crescendo e os apelidos aumentavam, baleia, rolha de poço, tigibu, manequim da tropigás (empresa de gás no meu estado), e pancinha. Apelidos esses dados pelos meus tios e tias. Conforme fui crescendo a paixão pela dança foi aumentando, sempre assistindo vídeos, vendo filmes e assim por diante. Nunca tive coragem de fazer aulas de dança, porque sou extremamente tímida e ficava com medo de ser alvo de chacota e brincadeiras pesadas(o que não deixou de acontecer). Por meados de 2012, mais exatamente na festa de 50 anos da minha mãe, meu namorado na época, terminou comigo. Como eu não sou de esconder o que sinto, não consegui esconder o que estava se passando. Fiquei mal, a ansiedade foi lá pra cima e o peso que tinha perdido (16 kg) voltou. Os problemas que tinha começaram a se agravar e foi ai que tomei a maior coragem do mundo e entrei numa escola de dança, pra fazer aulas de zouk, fui conhecendo pessoas e sempre ouvindo, se você emagrecer vai dançar melhor, se você fizer dieta seu desempenho vai melhorar...e mais um monte de bla bla bla . A mais ou menos uns 3 meses descobri que estou com um problema no pé esquerdo (tendinose, bursite) o que me impossibilitou de dançar, resultado de um excesso de peso. Tive que fazer uma escolha entre continuar com o mesmo peso e parar de dançar, ou emagrecer e continuar a fazer o que mais amo. Através do zouk tive oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas, como meus atuais professores e amigos Patty e Bruno, meu amor, parceiro de dança e na vida Rafael... Hoje continuo sofrendo com apelidos pesados e sendo chamada de gorda, feia... Mais a dança e algumas pessoas me fizeram conhecer um lado meu que até então não conhecia. Hoje sei que tenho que perder 18 kg por motivos de saúde, porem sei também que sou bonita do jeito que sou, gorda ou não e isso ninguém me tira.