segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

QUANTAS MULHERES VOCÊ DESTRUIU HOJE?

Na útima quinta feira eu progamei de sair para dançar. Há tempos eu não fazia isso, queria dançar para mim mesmo, me divertir com meu corpo como não faço há tempos. Para dançar gostoso, eu só preciso me soltar e cair nos braços de um cavalheiro bem macio. A roupa? Eu estou pouco me fu... Quero conforto, calça de malha, top, tênis, um antiflamatório, nenhuma firula feminina vai me tirar aquela perspectiva prazeirosa da dança. Blusa? Uma soltinha, na altura do umbigo, CURTA e TRANSPARENTE. POSSO? Parece que não. Antes de ir para o baile, passei no shopping com uma amiga. Uma voltinha de 5 minutos e eu reparei que por onde eu passava, todo mundo olhava pra mim. “Eu não visto 36, sobrevivam”. Em todos esses olhares, os dos homens são aqueles condescendentes. Eles olharam, admirando ou não, mas não me senti agredida, ou ofendida. Eram olhares neutros. As mulheres, por sua vez, me fulminavam. Estavam todas incomodadas com minha roupa, ou incomodadas com minha coragem de usá-la, ou então incomodadas com a falta de coragem delas. Aí eu me lembrei também da primeira foto de nudez parcial que eu coloquei no blog e facebook. A maioria das pessoas leram o texto, amaram, entenderam a mensagem e coerência entre foto e texto. Alguns poucos babacas me chamaram no imbox e escreveram algo do tipo “huuuuuuum delícia”, foram imediatamente deletados (eu não sou obrigada). Por fim, as MULHERES que me falaram, “vai ficar posando pelada agora?”, “desnecessário né?”. Não, não é desnecessário. Posso? O facebook é meu, o corpo é meu, as regras são minhas (“My body, my rules”. SlutWalk). Eu não visto 36, sobrevivam. Como uma boa gorda, eu deveria me cobrir completamente, com tecido preto, porque emagrece. Eu poderia também sair de circulação, ficar em casa comendo batata frita e coca cola, porque isso é o que eu faço. Mas não. Sabe aquele ditado, “os incomodados que se retirem”? Saibam. Eu fico. O incomodo com o corpo é tão absurdo, que as mulheres não percebem o quanto são cruéis umas com as outras. Diminuir uma pessoa, nada mais é que a forma de se sentir melhor consigo mesmo. “Eu tô mal, mas aquela ali tá pior”, “Como essa mulher tem coragem?”, “Mas ela é gorda”, “Ta ridícula”. Foi tudo que escutei com aqueles olhares. Sabe de uma coisa? Eu me sentia linda. Eu sou linda, e de brinde, ainda sou inteligente e divertida. É essa a minha opinião, que a propósito, é a única que importa. Mas, e se eu não me sentisse assim? Aqueles olhares me destruiriam, como destroem a maioria das mulheres. Portanto, PAREM. Cansei de insistir que vocês, mulheres, sejam menos cruéis consigo mesmas (e aqui eu também me coloco). Ideologias feministas à parte, quem me destrói é mulher. O que eu posso pedir é, não tentem destruir quem se sente melhor do que você se sente consigo mesma. Quer continuar essa vidinha medíocre, escravizada, complexidada, imaginariamente gorda, que não ri alto, que não goza, infeliz? Seu corpo, suas regras. Mas, por favor, não levem mais ninguém para o seu buraco. Te coloco a reflexão. Quantas mulheres você destruiu hoje? Não me falem da crueldade dos padrões, quando é você a maior culpada por sua perpetuação. Não me falem em respeito, se você não respeita nem a si mesmo. Não me fale de feminismo, quando você é a mais machista das mulheres. Não me fale de liberdade, se você é uma escrava da aparência. Eu não sou Tamanho Único. Um bride à nudez 46 e é assim que eu vou. Assistam ou troquem de canal. (Foto. Mariana Neto)

2 comentários:

  1. O importante é ser livre, não importa o seu tamanho.

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  2. braços de fora. meu voto.
    barriga de fora. minha atitude.
    ouvidos de mercador para faladoras de "biquíni tipo burka". meu plano.

    e vamos que vamos!!
    DriRodrigues

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